Alírio Guerra de Macedo,
de Curimatá no Sudoeste do Piauí, se localizaram na caminhada da vida e da luta
pela bússola da política revolucionária do PCdoB, em tempos de autoritarismo e
de cerceamento das liberdades democráticas
Alírio Guerra e
sua companheira Eveline de Souza, filha de Newton de Souza,atual Secrtetaria
Estadual da Mulger, na gestão de Fátima Bezerra, Professor de Cardiologia em Recife, homem de
grande dignidade, reconhecidamente comunista.
Alírio foi um dos
poucos estudantes de Medicina da UFPE cassados pelo Decreto-Lei 477, no
alvorecer da ditadura Médici, em 1969. Fugira do Ceará, perseguido pela
repressão, militante da luta clandestina contra a tirania nos anos de chumbo,
penso que membro do PC do B, após atuar na Ação Popular. Galego de olhos
claros, mais parecia um alemão, nunca aquele piauiense corajoso que era. Homem
de poucas palavras e de muita ação, era leal como poucos.
Após abraços
efusivos, sobretudo em Eveline, de quem era mais próximo, pela ligação afetiva
forte que eu mantinha com o seu pai, com quem pesquisara o ECG em
universitários hígidos por teste ergométrico, ao saber que me encontrava
estagiando no HC, contou-me o problema de saúde sério que o galego vivia. Havia
indícios por tosse persistente que lhe voltara processo tuberculoso, existente
anos antes no pulmão: necessitava realizar pesquisa do bacilo de Koch no
escarro com certa urgência, mas havia natural limitação, pois estava sem
documentos oficiais, em plena clandestinidade – o seu nome não poderia aparecer
-, além das dificuldades econômicas. Ali mesmo comecei a matutar um modo de
ajudá-lo, que teria de ser sorrateiro, escondido, necessariamente, no
Laboratório Central do HC.
Faleceu no dia 26
de julho de 1990
FONTE - INTERNET